segunda-feira, 30 de maio de 2016

LAVEM A BOCA COM "SABÃO POTTASSA."

Gleisi Hoffmann ‘#inocentada’ na Lava Jato ao Blog do Esmael: “Fico mais aliviada pela verdade vir à tona”

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Gleisi_Hoffmann
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) concedeu entrevista ao Blog do Esmael, na manhã deste domingo (24), sobre depoimento do delator Rafael Ângulo que a inocentou nas denúncias da Operação Lava Jato, do juiz Sérgio Moro.
“Fico mais aliviada pela verdade vir à tona. Desde o início eu sempre disse que havia várias contradições nos depoimentos dos dois delatores”, afirmou a parlamentar.
Em depoimento à Lava Jato, na quarta-feira (2), Ângulo assegurou que jamais fez qualquer pagamento à senadora e ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma. A versão dele desmentiu o também delator premiado Alberto Youssef.
Youssef, em uma de suas diversas versões, afirmara que Ângulo entregou R$ 1 milhão para a campanha da senadora Gleisi, em 2010. Ângulo simplesmente negou que tivesse qualquer conhecimento desse fato.
A senadora Gleisi Hoffmann antecipou ao Blog do Esmael que vai reunir-se com seus advogados esta semana para tomar medidas cabíveis. Ela confidenciou que “sofreu muito” nas eleições de outubro de 2014.
“Eu quero conversar com meus advogados para tomar medidas cabíveis. A reparação política é mais difícil, mas buscarei a reparação moral na Justiça”, disse a senadora do PT, que ainda completou: “Não me precipitarei, mas tomarei medidas duras e cabíveis”.
“Você não sabe o quanto eu sofri em outubro, nas eleições de 2014”, suspirou Gleisi — o merecido ar dos inocentes.
Carta enviada ontem (28) pelo advogado de Lula
Ao Jornalista Merval Pereira

Senhor Jornalista,
Em coluna publicada nesta data (28.05.2016) no jornal "O Globo", intitulada "Mistificação eficiente" Vossa Senhoria afirma, de forma incisiva, que a Petrobras teria sido "assaltada e dilapidada por uma quadrilha de políticos comanda pelo próprio ex-Presidente Lula (...)". Esse é um exemplo claro de prejulgamento incompatível com a realidade dos fatos e com a regra de tratamento que emerge da garantia constitucional da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII). Não há qualquer elemento idôneo que aponte a atuação do ex-Presidente Lula em ilícitos praticados no âmbito da Petrobras — justamente porque ele não teve qualquer participação no suposto esquema criminoso.
Há mais de 2 anos, Lula e seus familiares estão sendo submetidos a inequívocas devassas e outras arbitrariedades, incluindo até mesmo a privação da liberdade do ex-Presidente por cerca de seis horas e sem previsão legal (a detenção foi chamada de condução coercitiva, embora não tenha qualquer relação com a providência prevista no art. 266, do CPP). A despeito disso, como não poderia deixar de ser, nada foi encontrado. Não existe qualquer valor atribuído a Lula, no Brasil ou no exterior, como mencionado, proveniente desses atos ilícitos, simplesmente porque, como já dito, ele não teve qualquer participação e muito menos foi beneficiado por tais práticas.
Observe-se que o cenário acima apresentado não sofre qualquer alteração em virtude de notícias divulgadas pela imprensa neste final de semana a respeito do suposto conteúdo da delação premiada de Pedro Corrêa. O ex-deputado foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a mais de 20 anos de prisão por ter praticado inúmeros crimes, devidamente identificados por operações envolvendo suas próprias contas bancárias ou de pessoas próximas. É para fugir ao cumprimento dessa pena que o réu negocia uma delação mentirosa, claramente direcionada a comprometer o ex-presidente, contra quem não se apresenta prova alguma.
Como o Jornalista deve saber, a Lei nº 12.850/13 não confere valor probatório a depoimentos realizados no âmbito de delação premiada. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal também confirma essa orientação, afirmando que a delação premiada é "meio de obtenção de prova" (IP 4.130 QO/PR) e não meio de prova.
Também não abala a situação exposta as indevidas ilações apresentadas no anonimato ou, ainda, por algumas autoridades que agem indevidamente com base apenas em pensamentos desejosos ("wishful thinking") — como já exposto pelos advogados do ex-Presidente perante os órgãos de controle, como o Conselho Nacional do Ministério Público.
Registre-se, em abono ao quanto exposto, que Lula não é réu e muito menos condenado pela prática de qualquer crime, como Vossa Senhoria reconheceu em coluna publicada em 16.04.2016 — após anterior pedido de retificação encaminhado pelos advogados do ex-Presidente (http://abemdaverdade.com.br/…/MervalCorrigeInformacaoDivu…/…).
O quadro apresentado deixa evidente que o Jornalista incorre em flagrante abuso e ilegalidade ao emitir a afirmação destacada no pórtico desta missiva, podendo até mesmo tangenciar a prática de crimes contra a honra do ex-Presidente Lula.
Tal situação torna-se ainda mais grave na medida em que o posicionamento de Vossa Senhoria se confunde com a posição do próprio jornal e das Organizações Globo, que há muito se utilizam da concentração e do controle do mercado da comunicação social - incompatível com o art. 220, §5º, da Constituição Federal - para atingir a reputação e a imagem do ex-Presidente.
É notório – e amplamente registrado na imprensa mundial – o facciosismo dos veículos das Organizações Globo em relação ao ex-presidente Lula. Exemplo disso foi a coluna publicada em 04.05.2016 pelo Jornalista afirmando que "A justiça brasileira levou quase 10 anos para ter condições políticas de denunciar o ex-presidente Lula (...)". Desde quando alguém pode ser denunciado no âmbito criminal a partir de "condições políticas" — e não por haver comprovação de que praticou um fato definido em lei como crime?
Em qualquer lugar em que sejam observados os padrões éticos e jurídicos adequados — e com uma imprensa cumprindo efetivamente o seu papel de informar (a verdade) —, a afirmação feita por Vossa Senhoria deveria ser uma denúncia jornalística e não uma verdadeira comemoração pela arbitrariedade.
Posto isso, pede-se a Vossa Senhoria a retificação da publicação acima destacada, na forma da Lei nº 13.188/2015, sem prejuízo das providências jurídicas cabíveis, mediante a publicação do seguinte texto — no mesmo espaço e com os mesmos caracteres da publicação ofensiva:
"Lula não participou de qualquer ato ilícito antes, durante ou após ocupar o cargo de Presidente da República. Não há, por isso mesmo, qualquer prova contra o ex-Presidente, mesmo após ele e seus familiares terem sido submetidos a ilegalidades e arbitrariedades. Delações premiadas feitas por condenados e pessoas que estão na cadeia não são provas, apenas meio de prova, segundo estabelece a lei e segundo já afirmou o Supremo Tribunal Federal. Tampouco ilações indevidas ou pensamentos desejosos de algumas autoridades autorizam fazer qualquer juízo de valor negativo contra Lula, que não é réu e muito menos foi condenado pela prática de um crime"
Limitado ao exposto.
Cristiano Zanin Martins

NINHO DE RATOS!!!

Documentos revelam participação de FHC, Gilmar Mendes e Veja no Valerioduto tucano

Tanto FHC quanto o ministro Gilmar Mendes constam de documentação anexada a processo contra Marcos Valério.
Documentos reveladores e inéditos sobre a contabilidade do chamado Valerioduto tucano, que ocorreu durante a campanha de reeleição do então governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, constam de matéria assinada pelo jornalista Leandro Fortes, na edição dessa semana da revista CartaCapital.
A reportagem mostra que receberam volumosas quantias do esquema, supostamente ilegal, personalidades do mundo político e do Judiciário, além de empresas de comunicação, como a Editora Abril, que edita a revista Veja. Estão na lista o ministro Gilmar Mendes, do STF, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os ex-senadores Artur Virgílio (PSDB/AM), Jorge Bornhausen (DEM/SC), Heráclito Fortes (DEM/PI) e Antero Paes de Barros (PSDB/MT), os senadores Delcídio Amaral (PT/MS) e José Agripino Maia (DEM/RN), o governador Marconi Perillo (PSDB/GO) e os ex-governadores Joaquim Roriz (PMDB) e José Roberto Arruda (ex/DEM), ambos do Distrito Federal, entre outros. Também aparecem figuras de ponta do processo de privatização dos anos FHC, como Elena Landau, Luiz Carlos Mendonça de Barros e José Pimenta da Veiga.
Os documentos, com declarações, planilhas de pagamento e recibos comprobatórios, foram entregues na véspera à Superintendência da Polícia Federal, em Minas Gerais. Estão todos com assinatura reconhecida em cartório do empresário Marcos Valério de Souza – que anos mais tarde apareceria como operador de esquema parecido envolvendo o PT, o suposto “mensalão”, que começa a ser julgado pelo STF no próximo dia 2. A papelada chegou às mãos da PF por meio do criminalista Dino Miraglia Filho – advogado da família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, que seria ligada ao esquema e foi assassinada em um flat de Belo Horizonte em agosto de 2000.
Segundo a revista, Fernando Henrique Cardoso, em parceria com o filho Paulo Henrique Cardoso, teria recebido R$573 mil do esquema; a Editora Abril, quase R$50 mil; e Gilmar Mendes, R$185 mil.

AS “MÁSCARAS” CAÍRAM. A SOMBRA ESTÁ REVELADA.

Por Lu Rabelo
 
Talvez agora eu compreenda ainda melhor o porquê da tamanha felicidade que me tomou quando Dilma Rousseff foi reeleita presidente do Brasil. Naquela noite, não consegui ficar em casa durante a contagem dos votos. Não sou filiada a nenhum partido político, mas fui com minha filha lá pro comitê do PT, no Recife, assistir a apuração. Inquieta, nervosa, calada, aguardava o desfecho.
Quando, enfim, foi divulgado o resultado, senti algo que nunca antes havia sentido. Uma alegria incomensurável. Meu ser transbordava amor. Virei sorriso!
Passei na casa de uma amiga e me apossei de uma toalha de mesa vermelha. Coloquei sobre os meus ombros e saí bailando pelas ruas do centro do Recife, rumo ao Marco Zero.
Passei por uma igreja evangélica, de onde saía uma música que me soou mui dançante. Parei na porta daquela igreja e fiquei dançando, dançando. Até os irmãos, mesmo perplexos diante do meu bailado, foram contagiados pela minha alegria e sorriam.
Foi quando, na caminhada, me dei conta que estava em frente ao Palácio do Campo das Princesas. O mesmo de onde Arraes havia sido arrancado em 1964. Com o pano vermelho nas mãos, no peito, deu-se o Ritual. Dancei pela Democracia, em memória de todos os guerreiros brasileiros.
Nas pontes, na comemoração, troca de sorrisos, alívio, Amor, União!
Nos dias seguintes, quando ouvia alguém falando em ‘impeachment’, nem ligava. Era algo tão insano, que não dava ouvidos. Inocente, eu! Não acreditava que meu voto poderia ser cruelmente roubado.
É fato que votei em Dilma por falta de opção melhor. Ela era a única opção. Pena que havia se coligado ao PMDB. Pena ter se aliado a tanta gente do mal. Pena não ter realizado tantas  mudanças necessárias.
Não duvido nada que essa negociação de botar Temer como vice já era parte do plano B da direita.
E não bastasse a podridão no Congresso Nacional e a eterna pilantragem da mídia, ainda temos que aguentar o Judiciário travestido de herói empurrando o Brasil para o golpe e sendo aplaudido pelos telespectadores da Globo e cia (tanto os ignorantes, como os fascistas). Bando de irresponsáveis!
Nos últimos meses tenho sonhado e refletido muito sobre a sociedade, a vida. E vejo o quanto de mudança é preciso realizar dentro de minha casa, em cada canto, em cada ato.
As máscaras caíram. A sombra está revelada. Qual o País que a gente quer? Qual o País que cada um de nós quer? Um Brasil justo e sem desigualdade social? Quais os nossos reais valores?
É preciso se posicionar. E ser coerente em todos os passos.
Mãe Terra, estamos juntas!
* Lu Rabelo é cantadeira e editora do Portal Flores no Ar.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

É GOLPE!!!!!


247 - O senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que votou favorável à abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, avalia que os desdobramentos da Operação Lava Jato podem reverter o quadro a favor da presidente.
Ao comentar a gravação da conversa entre o senador Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o parlamentar do PPS diz que o áudio em si não influencia os votos, mas sim as consequências sobre o governo interino de Michel Temer.
"O que pode complicar é a saída de Jucá, pois abala o governo Temer, ele pode perder um grande quadro. Não é o fato do Jucá ter dito que teria uma conspiração. Isso não me afeta. Mas o desarranjo pode pesar em diversos fatores. Tenho escutado senadores que dizem que uma coisa é admissibilidade, outra coisa é realmente a cassação da presidente. Ainda não consegui me convencer que há uma crime capaz de ignorar 54 milhões de votos. Quem analisa com rigor e cuidado tem essa mesma dúvida", afirmou ele ao site Divergentes.

A VERDADE SEMPRE APARECE.


247 – Um relatório elaborado pelo comitê de auditoria da Petrobras sobre a compra da refinaria de Pasadena em 2006, confirma a versão da presidente Dilma Rousseff de que o conselho de administração da estatal, que presidia na época, não foi informado sobre as cláusulas "Marlim" e "put option".

O conselho autorizou a compra de 50% da refinaria por US$ 360 milhões. Posteriormente, a estatal foi obrigada a ficar com 100% da unidade, antes compartilhada com a empresa belga, Astra Oil. Acabou desembolsando US$ 1,18 bilhão - cerca R$ 2,76 bilhões.
Segundo o documento divulgado pelo Valor, anexo à ata de reunião do conselho o ex-diretor Nestor Cerveró omitiu informações relevantes em apresentações à diretoria e ao conselho, que resultaram em "substanciais perdas financeiras para a Petrobras"

quarta-feira, 25 de maio de 2016

23 de Maio de 2016 - 9h50
Petrogolpe, o Brasil no fundo do poço.
Petrogolpe, o Brasil no fundo do poço.

Raul Longo: Petrogolpe, o Brasil no fundo do poço


Amigos de fora e daqui do Brasil têm me enviado suas indignações em relação ao golpe do impeachment sem crime algum por parte da presidenta Dilma Rousseff. O descaramento é tão grande que faz muita gente imaginar a possibilidade de um golpe dentro do golpe. A evidência da participação dos interesses do capital petrolífero internacional é clara para todos os observadores, e muitos deixam nas entrelinhas minhas próprias preocupações.
Por Raul Longo*, no Pravda


Já se entende Temer e quadrilha como uma equipe de desmonte, sucateamento. São os cães lançados para acuar e imobilizar a presa. Os verdadeiros donos do golpe estão a caminho e quando chegarem como salvadores da vida do caçado, recolherão os sabujos atraindo-os com ossos, para passar algum unguento na carne dilacerada pela voracidade dos quadrilheiros e depois nos entregarão ao feitor que dará continuidade ao trabalho interrompido em 2003, quando, segundo o Fernando Henrique, José Serra era quem queria entregar Petrobras com se pode ver em:

a) FHC e Serra queriam privatizar a Petrobras, com Lula ela encontrou o Pré-Sal!
b) José Serra, serviçal dos EUA, quer entregar o Pré-Sal aos americanos (Vídeo Haroldo Lima, EX-diretor-geral da ANP na Câmara.
c) Pré-sal: José serra quer entregar o petróleo brasileiro para os americanos

Conhecemos FHC e Serra e sabemos bem desse joguinho de esconde-esconde com que brincam há muito tempo. E hoje com o Michael Temer. Mas... até quando?

A quadrilha do Temer terá condições de chegar até 2018? Estão aí com PF, MP, STF e demais instituições garantindo-os momentaneamente, porém, por tudo o que leio e me escrevem, e falam, sobre as impressões da imprensa e opinião pública internacional, não é de se acreditar sequer que a caterva do Temer chegue ao final do período de afastamento da Presidenta Dilma. E se acredita que, antes do final desse prazo, Dilma será afastada definitivamente, mas não para Michael Temer ser definido como presidente, e, sim, para que o representante direto dos interesses dos espoliadores internacionais seja empossado através de convocação de fraudulentas eleições extraordinárias, ou imposto como salvador do país do caos em que eles mesmos vêm nos afundando lentamente desde junho de 2013, quando ainda acreditavam na possibilidade de eleger o Aécio em 2014.

Pelo que casal de amigos meus de Phoenix relata, a oportunidade para o Aécio já expirou. Ou devo dizer que ele próprio a inspirou pelo nariz, pois ali a opinião pública não admitirá qualquer apoio, seja estatal ou privado, a um movimento golpista que repasse o comando do maior país do hemisfério sul a quem consideram como o novo Pablo Escobar da América Latina.

Outro amigo, jornalista na Europa, brincou escrevendo que, se puserem o Aécio de presidente, certamente convencerá seu editor a enviá-lo para investigar as denúncias e a morte do Lucas Arcanjo, o que só não conseguiu porque, com o golpe, quando mataram o Lucas Arcanjo, o que interessava muito mais do que os crimes do Aécio era o Eduardo Cunha, Renan Calheiros e o Michael Temer. Desiludi o amigo da possibilidade de visitar-me em função do Aécio, que inspirou a própria reputação, expirando qualquer oportunidade de vir a ser presidente. E sugeri que cave alguma razão para vir documentar a imposição da presidência por José Serra, estratégica, e, por evidências que dispensam comentários, nomeado Ministro das Relações Exteriores.

Ao amigo parece estranho isso de um chanceler virar presidente, e escrevi explicando que não têm outro nome para representar o capital estrangeiro mais confiável do que o de FHC, que tem em Serra sua extensão biônica. Talvez o Aloysio Nunes. Feio por feio, tanto faz, mas ainda que física e moralmente monstrengos, Serra é mais conhecido nacionalmente. O que não quer dizer que seja menos rejeitado em qualquer outro Estado do Brasil que não seja o de São Paulo.

Mas a grande questão daqui pra frente serão as manifestações de rejeição ao golpe. E será ainda mais engrandecida quando todos os olhos se voltarem ao Brasil pelas Olimpíadas. Previsivelmente, o que já impactou a opinião internacional continuará crescendo quanto mais o governo Temer for atendendo à voracidade de sua quadrilha. Claro que culpará o governo Dilma por medidas impopulares, como a CPMF, contra a qual se opunham. Claro que os idiotizados e boçais da classe média vão entrar em mais esta conversa a ser manipulada pelos canalhas. Mas até quando? Até quando vai demorar para cair a ficha dos arregimentados pelas mobilizações de coxinhas?

Na verdade, isso não importa muito, mas acabará acontecendo e quando acontecer engrossará a indisposição dos decepcionados que se somarão aos indignados pela suspensão das investigações dos corruptos, todos alcovitados no "novo governo".

Ridiculamente a OAB está pedindo a destituição do Romero Jucá e do Henrique Alves por envolvimento na Lava Jato. Mas... e os outros? E o próprio Temer figurando na planilha da Camargo Correa, apreendida durante a Operação Castelo de Areia, em que, em seu nome, constava a importância de US$ 345 mil? Na prisão dos diretores da mesma empresa pela Lava Jato, além de vários nomes de tucanos, também há o pmedebista Michel Temer como beneficiário de US$ 58 milhões. 58 milhões de dólares!

No depoimento de Júlio Camargo, Fernando Baiano representava os interesses em propinas de Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Michel Temer.

O próprio Rodrigo Janot revelou que Temer recebeu no mínimo R$ 5 milhões da OAS. E no celular do José Aldemário Pinheiro se encontrou a gravação da voz do Eduardo Cunha reclamando com Aldemário por haver pago esses 5 milhões a Temer de uma só vez e ter parcelado a parte dele, Cunha. A do Renan também foi parcelada, mas entre golpistas cada qual que cuide do seu, pois só são parceiros na aplicação do golpe e não para cuidar do que não é do exclusivo interesse próprio, pessoal e intransferível. Mas, se o parceiro não defende o caído, que se cuide, pois a deduragem é a vingança. E nunca foi do caráter de gangster algum perdoar aqueles que abandonam o parceiro ferido.

Delcídio Amaral envolveu Temer em compra ilícita de etanol. Jorge Zelada e João Augusto Henriques, considerado o real coordenador do esquema de corrupção na Petrobrás, alcançaram cargos de diretoria na empresa por apadrinhamento de Temer. Mas nada disso é tão significativo quanto o que sem dúvida Eduardo Cunha tem de informações. Como ele disse: "Acabo com o governo que ainda nem começou". Agora já começou, mas como dizia o samba do Billy Blanco: "Quanto maior o coqueiro, maior é o tombo do coco".

Daí bastante compreensível a suspenção da Lava Jato pelo Sérgio Moro, mas Moro não é homem do Temer. Moro e esposa são do PSDB, são da quadrilha do FHC. Até quando Temer e PMDB dançarão a música da orquestra de FHC, Serra e PSDB? Quando o maestro FHC ordenará o acorde para rodopiar seu par e enconchá-lo pelas costas?

Fico na dúvida: será enconchar, de dar o formato de concha, mas também ensimesmar e isolar; ou será encouchar de agachar, abaixar, mas também deprimir e humilhar? No segundo caso, talvez a palavra provenha decoucher que no francês é colocar na horizontal, o que denota a inevitabilidade de um estupro.

Mas por enquanto a única estuprada é a pátria, pois entre eles o ato continua consentido. No entanto bem logo a dança se tornará um cabo de guerra com PSDB puxando de um lado pelo Moro e o PMDB do outro com os segredos de Cunha sobre a Telerj, entre outros compartilhados pela união de interesses de ambas as gangues.

Nada se sabe do que o Cunha tenha a respeito da Telerj, mas dá para avaliar o tamanho da coisa pelo silêncio do FHC, sempre tão presto aos palpites próprios do seu proverbial e professoral megaego. Se pode calcular pela publicação da cartilha do golpe em 2011, quando toda a mídia impressa exaltou sua obra prima "O Papel da Oposição!". Imaginem a dor do silêncio de um megalomaníaco que se promove até através de estratégia de golpe!

Parecia tão absurdo que cometemos a enorme burrice de não levar a burrice a sério. Aí está o resultado: tucanos têm o Judiciário, e o PMDB tem o Legislativo. Enquanto disputam o Executivo que em verdade está vazio, porque numa única cadeira não cabem as duas bundas, o que temos nós, agora que deram o golpe e nós tiraram o poder que tínhamos?

Apenas as ruas. Mas atenção! Os verdadeiros donos do golpe sabem do valor e peso do poder das ruas e presumivelmente já têm algum Lincoln Gordon em ação junto às Forças Armadas, pois não é difícil se prever que as ruas serão ocupadas não apenas por contrários ao golpe, mas também por decepcionados e arrependidos, os mesmos usados desde 2013 para a consecução do golpe, e esses, sentindo-se traídos, virão com indignação redobrada. Imaginem a quantidade de Lobões reclamando por os terem tirado para otários?

E parte deles será usada para assoprar a frágil cabana do PMDB de Temer. O partido é grande, mas são grandezas regionais e nenhuma nacional. O PMDB nunca venceu uma eleição nacional! Além do Roberto Requião, quem mais o PMDB tem para segurar o vendaval armado pelo pretenso aliado? E quando tudo começar a voar, para onde voarão os porquinhos?

Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoon

É aí que mora o perigo e as esperanças do PSDB de olhos, narizes, bocas e portas bem abertas para acolher os porquinhos que não hesitarão em deixar Chapeuzinho Temer tão abandonado na floresta quanto Cunha teme que lhe façam o mesmo.


Por enquanto, as fichas sujas dos dois partidos os unem pelo mesmo interesse de escapar das investigações de corrupção e assim vão melando o outro poder, o Judiciário. Entretanto, além de previsíveis divergências por interesses convergentes, mesmo que safos do Judiciário, a proximidade acabará melando uns aos outros perante o juiz maior: o povo nas ruas. E nem Legislativo, nem Judiciário, muito menos um Executivo espúrio e ilegal, será capaz de governar o povo nas ruas.
Povo nas ruas é totalmente ingovernável e sem alguém duvida disso que vá perguntar aos remanescentes da ditadura finda com o movimento das Diretas Já, apesar das Forças Armadas ter controlado o povo nas ruas por 21 anos.

Ainda assim, o poder das Forças Armadas é o único que pode conter o poder do povo nas ruas e os verdadeiros donos do golpe sabem disso. No entanto a qual ou a quem das Forças Armadas o PMDB atrai? Alguma vez atraiu?

Difícil imaginar que alguém do PMDB possa ser o Lincoln Gordon do momento.

E o FHC? O grande articulador da mídia e do Judiciário? Do Civita ao Marinho, do Sérgio Moro ao Gilmar Mendes? E do Japa contrabandista e demais da PF também. Mas quem FHC tem no Exército?

O histórico das relações de FHC no meio militar nunca foi das melhores. Lembre-se de que apesar do que contam Frances Saunders e Brigitte Leoni sobre a contratação de FHC pela CIA em 1969, em nenhum momento alguém das Forças Armadas lhe denotou qualquer apreço, seja durante a ditadura ou em seus 8 anos de governo.

Milicanalhas da ditadura ainda hoje o desprezam, mas mesmo entre os militares menos imbecis e sobretudo entre os realmente patriotas, a abjeção remonta a preservação da admiração por seu pai e o tio, ambos generais. No meio militar sempre correu a boca pequena a vergonha e desconfiança que sentiam pelo caráter do ovelha negra da família.

Compreensivelmente não propagavam a aversão ao filho e sobrinho, mas nunca o recomendaram e, quando necessário, tanto o General Leônidas quanto o General Felicíssimo, ambos não se furtaram a reconhecer o mau caráter de que ele é dotado, conforme relata Rômulo de Almeida, um dos idealizadores da Petrobras, que garante ter ouvido do General Leônidas: "Rômulo, estou preocupado. Esse meu filho não têm um bom caráter". E o portador de uma mensagem ao General Júlio Horta Barbosa conta que, ao consultar Felicíssimo sobre a possibilidade de enviá-la através do sobrinho, ouviu do tio: "Não faça isso. Não mande por ele. Meu sobrinho não é confiável".

Tanto Leônidas quanto Felicíssimo inscrevem-se com muito respeito na história do Exército brasileiro, sobretudo por ambos terem participado ativamente da campanha do O Petróleo é Nosso, sendo que Felicíssimo recebeu a alcunha de "General Petróleo". Em psicologia militar se entende que tão preservado respeito hierárquico advém do patriarcalismo familiar. Um filho que não respeita ao próprio pai é inadmissível e, mais que isso, um filho que trai o próprio pai, abominável.

Por mais canalhas que tenham sido os militares que comandaram a ditadura e ainda que seu mentor, o General Golbery do Couto e Silva, fosse funcionário da Dow Chemical Company, todos sabiam que provocariam uma séria convulsão na própria instituição das 3 armas, sobretudo o exército, se pretendessem entregar a Petrobras como o querem FHC e José Serra, até porque, além do pai e do tio a quem FHC trai desavergonhadamente, a campanha O Petróleo é Nosso surge como reação ao Estatuto do Petróleo, pelo qual o então presidente, General Eurico Gaspar Dutra, igualmente a FHC pretendia entregar ao capital estrangeiro alterando o previsto na Constituição de 1946.

Como reação promoveram uma série de palestras no Clube Militar em favor do monopólio estatal. O General Juarez Távora foi o representante isolado do entreguismo. No entanto, nem mesmo quando ministro no governo da ditadura militar, Juarez Távora ousou retornar ao assunto, pois a vitória do grupo nacionalista, lá em 1946, sob a liderança do General Horta Barbosa, foi inequívoca.

Há um equívoco muito comum que é a afirmação de que a campanha O Petróleo é Nosso foi criada pelo escritor Monteiro Lobato. Lobato foi, sim, um precursor do movimento durante a polêmica culminada com a famosa Carta à Getúlio, mas na década de 30 o assunto ainda era um segredo de estado, e a insistência de Lobato com os livros O Escândalo do Petróleo e Poço do Visconde comprometia a estratégia de escamotear o potencial brasileiro dos interesses estrangeiros. Até hoje isso ainda não foi totalmente compreendido, e muitos continuam se surpreendendo pelo fato de Lobato ter sido preso exatamente por Horta Barbosa, que sete anos depois lançou no Automóvel Club do Rio de Janeiro a Campanha do Petróleo.

Depois o movimento assumiu como título a frase proferida por Getúlio Vargas em 1941 por ocasião da descoberta da reserva petrolífera de Candeias, no Recôncavo Bahiano: "O petróleo é nosso".
Mas resta saber com quantos petrodólares se financia um petrogolpe.


*Raul Longo é jornalista, escritor e poeta. Mora em Florianópolis e é colaborador do “Quem tem medo da democracia?”, onde mantém a coluna “Pouso Longo”.

BOMBA! - Renan disse que negociaria com o STF a saída de Dilma Rousseff






Primeira conversa:

SÉRGIO MACHADO - Agora, Renan, a situação tá grave.

RENAN CALHEIROS - Grave e vai complicar. Porque Andrade fazer [delação], Odebrecht, OAS. [falando a outra pessoa, pede para ser feito um telefonema a um jornalista]

MACHADO - Todos vão fazer.

RENAN - Todos vão fazer.

MACHADO - E essa é a preocupação. Porque é o seguinte, ela [Dilma] não se sustenta mais. Ela tem três saídas. A mais simples seria ela pedir licença...

RENAN - Eu tive essa conversa com ela.

MACHADO - Ela continuar presidente, o Michel assumiria e garantiria ela e o Lula, fazia um grande acordo. Ela tem três saídas: licença, renúncia ou impeachment. E vai ser rápido. A mais segura para ela é pedir licença e continuar presidente. Se ela continuar presidente, o Michel não é um sacana...

RENAN - A melhor solução para ela é um acordo que a turma topa. Não com ela. A negociação é botar, é fazer o parlamentarismo e fazer o plebiscito, se o Supremo permitir, daqui a três anos. Aí prepara a eleição, mantém a eleição, presidente com nova...

[atende um telefonema com um jornalista]

RENAN - A perspectiva é daquele nosso amigo.

MACHADO - Meu amigo, então é isso, você tem trinta dias para resolver essa crise, não tem mais do que isso. A economia não se sustenta mais, está explodindo...

RENAN - Queres que eu faça uma avaliação verdadeira? Não acredito em 30 dias, não. Porque se a Odebrecht fala e essa mulher do João Santana fala, que é o que está posto...

[apresenta um secretário de governo de Alagoas]

MACHADO - O Janot é um filho da puta da maior, da maior...

RENAN - O Janot... [inaudível]

MACHADO - O Janot tem certeza que eu sou o caixa de vocês. Então o que que ele quer fazer? Ele não encontrou nada nem vai encontrar nada. Então ele quer me desvincular de vocês, mediante Ricardo e mediante e mediante do Paulo Roberto, dos 500 [mil reais], e me jogar para o Moro. E aí ele acha que o Moro, o Moro vai me mandar prender, aí quebra a resistência e aí fudeu. Então a gente de precisa [inaudível] presidente Sarney ter de encontro... Porque se me jogar lá embaixo, eu estou fodido. E aí fica uma coisa... E isso não é análise, ele está insinuando para pessoas que eu devo fazer [delação], aquela coisa toda... E isso não dá, isso quebra tudo isso que está sendo feito.

RENAN - [inaudível]

MACHADO - Renan, esse cara é mau, é mau, é mau. Agora, tem que administrar isso direito. Inclusive eu estou aqui desde ontem... Tem que ter uma ideia de como vai ser. Porque se esse vagabundo jogar lá embaixo, aí é uma merda. Queria ver se fazia uma conversa, vocês, que alternativa teria, porque aí eu me fodo.

RENAN - Sarney.

MACHADO - Sarney, fazer uma conversa particular. Com Romero, sei lá. E ver o que sai disso. Eu estou aqui para esperar vocês para poder ver, agora, é um vagabundo. Ele não tem nada contra você nem contra mim.

RENAN - Me disse [inaudível] 'ó, se o Renan tiver feito alguma coisa, que não sei, mas esse cara, porra, é um gênio. Porque nós não achamos nada.'

MACHADO - E já procuraram tudo.

RENAN - Tudo.

MACHADO - E não tem. Se tivesse alguma coisa contra você, já tinha jogado... E se tivesse coisa contra mim [inaudível]. A pressão que ele quer usar, que está insinuando, é que...

RENAN - Usou todo mundo.

MACHADO -...está dando prazos etc é que vai me apartar de vocês. Mesma coisa, já deu sinal com a filha do Eduardo e a mulher... Aquele negócio da filha do Eduardo, a porra da menina não tem nada, Renan, inclusive falsificaram o documento dela. Ela só é usuária de um cartão de crédito. E esse é o caminho [inaudível] das delações. Então precisa ser feito algo no Brasil para poder mudar jogo porque ninguém vai aguentar. Delcídio vai dizer alguma coisa de você?

RENAN - Deus me livre, Delcídio é o mais perigoso do mundo. O acordo [inaudível] era para ele gravar a gente, eu acho, fazer aquele negócio que o J Hawilla fez.

MACHADO - Que filho da puta, rapaz.

RENAN - É um rebotalho de gente.

MACHADO - E vocês trabalhando para poder salvar ele.

RENAN - [Mudando de assunto] Bom, isso aí então tem que conversar com o Sarney, com o teu advogado, que é muito bom. [inaudível] na delação.

MACHADO - Advogado não resolve isso.

RENAN - Traçar estratégia. [inaudível]

MACHADO - [inaudível] quanto a isso aí só tem estratégia política, o que se pode fazer.

RENAN - [inaudível] advogado, conversar, né, para agir judicialmente.

MACHADO - Como é que você sugeriria, daqui eu vou passar na casa do presidente Sarney.

RENAN - [inaudível]

MACHADO - Onde?

RENAN - Lá, ou na casa do Romero.

MACHADO - Na casa do Romero. Tá certo. Que horas mais ou menos?

RENAN - Não, a hora que você quiser eu vou estar por aqui, eu não vou sair não, eu vou só mais tarde vou encontrar o Michel.

MACHADO - Michel, como é que está, como é que está tua relação com o Michel?

RENAN - Michel, eu disse pra ele, tem que sumir, rapaz. Nós estamos apoiando ele, porque não é interessante brigar. Mas ele errou muito, negócio de Eduardo Cunha... O Jader me reclamou aqui, ele foi lá na casa dele e ele estava lá o Eduardo Cunha. Aí o Jader disse, 'porra, também é demais, né'.

MACHADO - Renan, não sei se tu viu, um material que saiu na quinta ou sexta-feira, no UOL, um jornalista aqui, dizendo que quinta-feira tinha viajado às pressas...

RENAN - É, sacanagem.

MACHADO - Tu viu?

RENAN - Vi.

MACHADO - E que estava sendo montada operação no Nordeste com Polícia Federal, o caralho, na quinta-feira.

RENAN - Eu vi.

MACHADO - Então, meu amigo, a gente tem que pensar como é que encontra uma saída para isso aí, porque isso aí...

RENAN - Porque não...

MACHADO - Renan, só se fosse imbecil. Como é que tu vai sentar numa mesa para negociar e diz que está ameaçado de preso, pô? Só quem não te conhece. É um imbecil.

RENAN - Tem que ter um fato contra mim.

MACHADO - Mas mesmo que tivesse, você não ia dizer, porra, não ia se fragilizar, não é imbecil. Agora, a Globo passou de qualquer limite, Renan.

RENAN - Eu marquei para segunda-feira uma conversa inicial com [inaudível] para marcar... Ela me disse que a conversa dela com João Roberto [Marinho] foi desastrosa. Ele disse para ela... Ela reclamou. Ele disse para ela que não tinha como influir. Ela disse que tinha como influir, porque ele influiu em situações semelhantes, o que é verdade. E ele disse que está acontecendo um efeito manada no Brasil contra o governo.

MACHADO - Tá mesmo. Ela acabou. E o Lula, como foi a conversa com o Lula?

RENAN - O Lula está consciente, o Lula disse, acha que a qualquer momento pode ser preso. Acho até que ele sabia desse pedido de prisão lá...

MACHADO - E ele estava, está disposto a assumir o governo?

RENAN - Aí eu defendi, me perguntou, me chamou num canto. Eu acho que essa hipótese, eu disse a ele, tem que ser guardada, não pode falar nisso. Porque se houver um quadro, que é pior que há, de radicalização institucional, e ela resolva ficar, para guerra...

MACHADO - Ela não tem força, Renan.

RENAN - Mas aí, nesse caso, ela tem que se ancorar nele. Que é para ir para lá e montar um governo. Esse aí é o parlamentarismo sem o Lula, é o branco, entendeu?

MACHADO - Mas, Renan, com as informações que você tem, que a Odebrecht vai tacar tiro no peito dela, não tem mais jeito.

RENAN - Tem não, porque vai mostrar as contas. E a mulher é [inaudível].

MACHADO - Acabou, não tem mais jeito. Então a melhor solução para ela, não sei quem podia dizer, é renunciar ou pedir licença.

RENAN - Isso [inaudível]. Ela avaliou esse cenário todo. Não deixei ela falar sobre a renúncia. Primeiro cenário, a coisa da renúncia. Aí ela, aí quando ela foi falar, eu disse, 'não fale não, pelo que conheço, a senhora prefere morrer'. Coisa que é para deixar a pessoa... Aí vai: impeachment. 'Eu sinceramente acho que vai ser traumático. O PT vai ser desaparelhado do poder'.

MACHADO - E o PT, com esse negócio do Lula, a militância reacendeu.

RENAN - Reacendeu. Aí tudo mundo, legalista... Que aí não entra só o petista, entra o legalista. Ontem o Cassio falou.

MACHADO - É o seguinte, o PSDB, eu tenho a informação, se convenceu de que eles é o próximo da vez.

RENAN - [concordando] Não, o Aécio disse isso lá. Que eu sou a esperança única que eles têm de alguém para fazer o...

MACHADO - [Interrompendo] O Cunha, o Cunha. O Supremo. Fazer um pacto de Caxias, vamos passar uma borracha no Brasil e vamos daqui para a frente. Ninguém mexeu com isso. E esses caras do...

RENAN - Antes de passar a borracha, precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo [inaudível] fazer. Primeiro, não pode fazer delação premiada preso. Primeira coisa. Porque aí você regulamenta a delação e estabelece isso.

MACHADO - Acaba com esse negócio da segunda instância, que está apavorando todo mundo.

RENAN - A lei diz que não pode prender depois da segunda instância, e ele aí dá uma decisão, interpreta isso e acaba isso.

MACHADO - Acaba isso.

RENAN - E, em segundo lugar, negocia a transição com eles [ministros do STF].

MACHADO - Com eles, eles têm que estar juntos. E eles não negociam com ela.

RENAN - Não negociam porque todos estão putos com ela. Ela me disse e é verdade mesmo, nessa crise toda –estavam dizendo que ela estava abatida, ela não está abatida, ela tem uma bravura pessoal que é uma coisa inacreditável, ela está gripada, muito gripada– aí ela disse: 'Renan, eu recebi aqui o Lewandowski,
querendo conversar um pouco sobre uma saída para o Brasil, sobre as dificuldades, sobre a necessidade de conter o Supremo como guardião da Constituição. O Lewandowski só veio falar de aumento, isso é uma coisa inacreditável'.

MACHADO - Eu nunca vi um Supremo tão merda, e o novo Supremo, com essa mulher, vai ser pior ainda. [...]

MACHADO - [...] Como é que uma presidente não tem um plano B nem C? Ela baixou a guarda. [inaudível]

RENAN - Estamos perdendo a condição política. Todo mundo.

MACHADO - [inaudível] com Aécio. Você está com a bola na mão. O Michel é o elembto número um dessa solução, a meu ver. Com todos os defeitos que ele tem.

RENAN - Primeiro eu disse a ele, 'Michel, você tem que ficar calado, não fala, não fala'.

MACHADO - [inaudível] Negócio do partido.

RENAN - Foi, foi [inaudível] brigar, né.

MACHADO - A bola está no seu colo. Não tem um cara na República mais importante que você hoje. Porque você tem trânsito com todo mundo. Essa tua conversa com o PSDB, tu ganhou uma força que tu não tinha. Então [inaudível] para salvar o Brasil. E esse negócio só salva se botar todo mundo. Porque deixar esse Moro do jeito que ele está, disposto como ele está, com 18% de popularidade de pesquisa, vai dar merda. Isso que você diz, se for ruptura, vai ter conflito social. Vai morrer gente.

RENAN - Vai, vai. E aí tem que botar o Lula. Porque é a intuição dele...

MACHADO - Aí o Lula tem que assumir a Casa Civil e ser o primeiro ministro, esse é o governo. Ela não tem mais condição, Renan, não tem condição de nada. Agora, quem vai botar esse guizo nela?

RENAN - Não, [com] ela eu conversa, quem conversa com ela sou eu, rapaz.

MACHADO - Seguinte, vou fazer o seguinte, vou passar no presidente, peço para ele marcar um horário na casa do Romero.

RENAN - Ou na casa dele. Na casa dele chega muita gente também.

MACHADO - É, no Romero chega menos gente.

RENAN - Menos gente.

MACHADO - Então marco no Romero e encontra nós três. Pronto, acabou. [levanta-se e começam a se despedir] Amigo, não perca essa bola, está no seu colo. Só tem você hoje. [caminhando] Caiu no seu colo e você é um cara predestinado. Aqui não é dedução não, é informação. Ele está querendo me seduzir, porra.

RENAN - Eu sei, eu sei. Ele quem?

MACHADO - O bicho daqui, o Janot.

RENAN - Mandando recado?

MACHADO - Mandando recado.

RENAN - Isso é?

MACHADO - É... Porra. É coisa que tem que conversar com muita habilidade para não chegar lá.

RENAN - É. É.

MACHADO - Falando em prazo... [se despedem]

Segunda conversa:

MACHADO - [...] A meu ver, a grande chance, Renan, que a gente tem, é correr com aquele semi-parlamentarismo...

RENAN - Eu também acho.

MACHADO -...paralelo, não importa com o impeach... Com o impeachment de um lado e o semi-parlamentarismo do outro.

RENAN - Até se não dá em nada, dá no impeachment.

MACHADO - Dá no impeachment.

RENAN - É plano A e plano B.

MACHADO - Por ser semi-parlamentarismo já gera para a sociedade essa expectativa [inaudível]. E no bojo do semi-parlamentarismo fazer uma ampla negociação para [inaudível].

RENAN - Mas o que precisa fazer, só precisa tres três coisas: reforma política, naqueles dois pontos, o fim da proibição...

MACHADO - [Interrompendo] São cinco pontos:

[...]

RENAN - O voto em lista é importante. [inaudível] Só pode fazer delação... Só pode solto, não pode preso. Isso é uma maneira e toda a sociedade compreende que isso é uma tortura.

MACHADO - Outra coisa, essa cagada que os procuradores fizeram, o jogo virou um pouco em termos de responsabilidade [...]. Qual a importância do PSDB... O PSDB teve uma posição já mais racional. Agora, ela [Dilma] não tem mais solução, Renan, ela é uma doença terminal e não tem capacidade de renunciar a nada. [inaudível]

[...]

MACHADO - Me disseram que vai. Dentro da leniência botaram outras pessoas, executivos para falar. Agora, meu trato com essas empresas, Renan, é com os donos. Quer dizer, se botarem, vai dar uma merda geral, eu nunca falei com executivo.

RENAN - Não vão botar, não. [inaudível] E da leniência, detalhar mais. A leniência não está clara ainda, é uma das coisas que tem que entrar na...

MACHADO -...No pacote.

RENAN - No pacote.

MACHADO - E tem que encontrar, Renan, como foi feito na Anistia, com os militares, um processo que diz assim: 'Vamos passar o Brasil a limpo, daqui para frente é assim, pra trás...' [bate palmas] Porque senão esse pessoal vão ficar eternamente com uma espada na cabeça, não importa o governo, tudo é igual.

RENAN - [concordando] Não, todo mundo quer apertar. É para me deixar prisioneiro trabalhando. Eu estava reclamando aqui.

MACHADO - Todos os dias.

RENAN - Toda hora, eu não consigo mais cuidar de nada.

[...]

MACHADO - E tá todo mundo sentindo um aperto nos ombros. Está todo mundo sentindo um aperto nos ombros.

RENAN - E tudo com medo.

MACHADO - Renan, não sobra ninguém, Renan!

RENAN - Aécio está com medo. [me procurou] 'Renan, queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa.'

MACHADO - Renan, eu fui do PSDB dez anos, Renan. Não sobra ninguém, Renan.

[...]

MACHADO - Não dá pra ficar como está, precisa encontrar uma solução, porque se não vai todo mundo... Moeda de troca é preservar o governo [inaudível].

RENAN - [inaudível] sexta-feira. Conversa muito ruim, a conversa com a menina da Folha... Otavinho [a conversa] foi muito melhor. Otavinho reconheceu que tem exageros, eles próprios tem cometido exageros e o João [provável referência a João Roberto Marinho] com aquela conversa de sempre, que não manda. [...] Ela [Dilma] disse a ele 'João, vocês tratam diferentemente de casos iguais. Nós temos vários indicativos'. E ele dizendo 'isso virou uma manada, uma manada, está todo mundo contra o governo.'

MACHADO - Efeito manada.

RENAN - Efeito manada. Quer dizer, uma maneira sutil de dizer "acabou", né.



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Transcrição feita pela Folha de São Paulo

terça-feira, 24 de maio de 2016

COMO SEMPRE O PIG MENTIU!!!!!

Documentos provam que Globo manipulou e mentiu sobre Lula

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O tal do Diego Escoteguy, editor da Época, passou os últimos dias tuitando a repercussão de sua matéria na imprensa estrangeira, como que se vangloriando de sua mentira ter alcançado notoriedade internacional.
É impressionante a falta de caráter da nossa imprensa. Usa as suas conexões internacionais para difamar políticos não apenas aqui, como lá fora.
Agora que a mentira foi desmascarada, a Época (que pertence à Globo) seguramente não vai usar os mesmos canais para divulgar o desmentido para a imprensa internacional.
A reputação do presidente Lula, uma das maiores lideranças políticas mundiais, ficará arranhada.
O Brasil tem de criar ferramentas de comunicação que nos protejam desse tipo de massacre midiático, que repercute lá fora.
A imprensa internacional não tem ideia do nível de antiprofissionalismo que grassa por aqui, e ainda reage por inércia. Nem sabe a diferença entre um procedimento preliminar e um inquérito.
A TV Brasil tem de produzir reportagens em espanhol e em inglês.
Se quisermos ter um peso político no mundo condizendo ao tamanho da nossa economia, teremos de incentivar sistemas de comunicação independentes da nossa mídia vendida.
Mas talvez seja pedir demais a um governo que mal sabe se defender aqui dentro, que monte sistemas para nos defender lá fora.
*
Revista Época mentiu sobre Lula
QUI, 07/05/2015 - 17:30

Jornal GGN – De acordo com o Brasil 247, a revista Época mentiu e até manipulou um documento oficial da Procuradoria da República do DF para bancar a denúncia de que Lula estaria sendo investigado por tráfico de influência. A revista omitiu dos seus leitores que o Ministério Público tinha apenas uma “Notícia de Fato”, que não é investigação nem inquérito, e que não dá abertura para quebra de sigilo ou sequer aponta Lula como suspeito.
A prova da mentira de Época contra Lula
A imagem acima é a prova material de que a revista mentiu e manipulou um documento oficial da Procuradoria da República do Distrito Federal, ao reproduzir cinco linhas e esconder dos leitores a informação mais importante: o título; ou seja: que o MPF não "abriu investigação contra o ex-presidente Lula" por suposto "tráfico internacional de influência", mas que existe apenas uma "Notícia de Fato", um dos dois tipos de procedimento interno no âmbito do MP, que não dá abertura para quebra de sigilos e muito menos aponta que Lula é "formalmente suspeito"; conforme registros públicos da PR-DF, no dia 29 de abril o repórter Thiago Bronzatto, de Época, retirou uma cópia integral do documento; mesmo assim, escondeu que se tratava de uma "Notícia de Fato"; veja a íntegra do despacho, que traz um conjunto de hipóteses, com verbos no condicional, como "teria feito", "teria obtido"
247 - A imagem abaixo é a prova material de que a revista ÉPOCA mentiu e manipulou um documento oficial da Procuradoria da República do Distrito Federal. Em sua edição desta semana, a revista reproduziu cinco linhas desse documento e escondeu dos leitores a informação mais importante: o título. Diferentemente do que a revista afirma, na capa e na reportagem principal, o Ministério Público não "abriu investigação contra o ex-presidente Lula" por suposto "tráfico internacional de influência". O único procedimento relativo ao ex-presidente no âmbito do MP é uma "Notícia de Fato", que não pode ser confundida com investigação nem inquérito, não torna o ex-presidente "formalmente suspeito" de coisa nenhuma e muito menos o "enquadra" em qualquer artigo do Código Penal.
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"Notícia de Fato" é um dos dois tipos de procedimento interno no âmbito do MP (o outro é o inquérito administrativo). Uma NF é o que o nome indica: uma notícia, uma comunicação feita por um procurador, para ser avaliada por outro procurador, que pode buscar mais informações (mas não pode quebrar sigilos, ao contrário do que diz a revista), pode receber esclarecimentos das pessoas mencionadas e depois decidir se 1) abre um inquérito, 2) move uma ação penal ou 3) arquiva o assunto.
Bem diferente do que ÉPOCA diz, a NF 1.16.000.000991/2015-08 é um despacho solitário do procurador do 4º Ofício de Combate à Corrupção, Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, ao qual ele anexou nove recortes de notícias publicadas nos últimos dois anos. Não é um trabalho "dos procuradores" (no plural) do Núcleo de Combate à Corrupção, como sustenta a revista.
O despacho do procurador Anselmo Lopes tem 50 linhas, pontuadas por nove ressalvas e verbos no condicional: "possivelmente teria pago", "teria feito", "teria obtido", "caso se comprove", "poder-se-á, em tese", "teria supostamente ", "teria custeado", "em tese, poder-se-ia", "nessa hipótese". Nenhuma acusação, nenhum indício, nenhuma denúncia.
No mais surrado estilo "consta que", o despacho do procurador Anselmo começa assim: "Chegou ao meu conhecimento, por vários meios e inclusive por notícias de diversos veículos de comunicação, que o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva teria supostamente (...) obtido da empreiteira Odebrecht, direta ou indiretamente, vantagem econômica a pretexto de influir em atos praticados por agentes públicos estrangeiros". Além de delirante, tal suposição, num documento oficial do MP brasileiro, é uma ofensa generalizada aos governantes de países com os quais o Brasil tem relação.
O despacho foi distribuído no dia 20 de abril para a procuradora do 1º Ofício, Mirella de Carvalho Aguiar, que desde então tem prazo de 30 dias (prorrogáveis até 90) para decidir se arquiva ou se dá algum tipo de seguimento ao despacho do colega Anselmo Lopes. Conforme os registros públicos da PR-DF, no dia 29 de abril o repórter Thiago Bronzatto retirou uma cópia integral do documento. Por que, então, ÉPOCA escondeu dos leitores que os trechos do documento citados e reproduzidos na revista eram de uma "Notícia de Fato", com número, autor e data de autuação definidos?
A manipulação de ÉPOCA começou a ser desmascarada no mesmo dia em que a revista circulou, numa reportagem do jornal O Globo (do mesmo grupo editorial), em que a procuradora Mirella Aguiar esclareceu que não havia inquérito, apenas uma NF. Na segunda-feira 4, O Estado de S. Paulo e a Folha de S. Paulo também publicaram os esclarecimentos da procuradora, reproduzidos em nota do Instituto Lula. Enquanto sua capa desmoronava, o editor-chefe da revista, Diego Escosteguy, divulgou duas notas reiterando o teor da reportagem.
O documento oficial está no final desse texto e é revelador: o que a revista trata como "investigação dos procuradores" é, na verdade, um conjunto de hipóteses do procurador Anselmo Lopes, formuladas a partir de notícias de jornal publicadas desde 2013. Nenhum fato novo, que já não tenha sido desmentido ou esclarecido pelo Instituto Lula ou pelas duas instituições também citadas – oBNDES e a Odebrecht. Só que estes esclarecimentos, embora sejam de conhecimento público, não são mencionados no despacho do procurador Lopes.
Por exemplo:
1) A viagem do ex-presidente Lula a Cuba, República Dominicana e EUA, em janeiro de 2013, foi paga pela construtora conforme contrato para realização de palestra empresarial em Santo Domingo. Diferentemente do que insinuou reportagem de O Globo (12/04/2015) citada no despacho, não houve agendas secretas ou "sigilosas". Isso foi esclarecido em anúncio pago na edição do Globo do dia 14/04, no qual a Odebrecht acrescenta que já contratou palestras internacionais dos ex-presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, e da Espanha, Felipe Gonzalez, dentre outros.
2) O despacho desconhece que os financiamentos do BNDES são decididos por uma direção colegiada, e não por seu presidente, Luciano Coutinho. Basta esta simples razão para derrubar a tese de que Lula "buscou interferir em atos praticados pelo presidente do mencionado banco". O apoio institucional do BNDES às exportações de serviços brasileiros – como fazem todos os países competidores no mercado global – foi esclarecido pela direção do banco ao jornal O Globo, citado no despacho. De 1998 a 2015, o BNDES financiou exportações brasileiras de serviços para 45 países, principalmente para os EUA.
4) Nos oito anos de seu governo, o ex-presidente Lula atuou em todas as esferas legítimas para apoiar a abertura de mercados para empresas brasileiras – da aeronáutica à agropecuária, do petróleo ao artesanato – bem como trabalhou para atrair investimentos em nosso País. Essa tipo de ação, que deve ser motivo de orgulho, inclui naturalmente os contatos com governantes de outros países, e é exatamente disso que trata a reportagem do Estado de S. Paulo (24/09/2008) anexada ao despacho. Não é um "padrão" a ser investigado, mas a conduta de um chefe de Estado e de um líder político comprometido com seu país – esteja ou não no exercício do cargo.
5) É público e notório que o ex-presidente Lula, assim como outros ex-presidentes brasileiros e estrangeiros, é contratado para apresentar palestras e conferências, remuneradas de acordo com o reconhecimento de sua imagem. Não é correto chamar de "outras comissões" uma atividade legal, registrada em contratos com recolhimento de impostos, como faz o procurador.
Abaixo, o despacho da Notícia de Fato 1.16.000.000991/2015-08, indicando os links para as reportagens anexadas pelo procurador. Na íntegra, sem as manipulações da revista Época.